Cíntia

– Já não te via há algum tempo. Tinha saudades tuas. Por onde tens andado?


– Aqui e acolá, sem rumo definido.


– Apercebi-me agora que é sempre noite quando te vejo...


– É um facto. Durante o dia gosto de estar com outros amigos, apanhar sol, ser livre.


– Ah! O quanto te invejo! A constante pressão social de que somos alvo e as obrigações do dia a dia colidem com a minha vontade de ser livre, verdadeiramente livre, assim, como tu.


– Podes sê-lo, Francisco. Basta que renuncies ao que te aprisiona.


– Não é assim tão simples. Algo tão primitivo como a alimentação mo impede. Não posso viver de esmola ou do que aparece.


– Então não te queixes.


– Tens razão. Eu fiz uma escolha e tenho que assumi-la, saber viver em paz com ela. Mudando de assunto, não consigo deixar de olhar para ti: a tua beleza é hipnotizante, sobretudo os teus olhos.


– Ó, pára com isso que me deixas desconfortável. Estou com vontade em fazer xixi.


– Tens a tua areia ali. 

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